quinta-feira, 29 de março de 2012

Farol S. Vicente

Confesso que, quis conhecer o interior de um farol, assim que soube que a Marinha Portuguesa (desde 1892, entidade responsável pela organização e manutenção dos faróis)  permitia visitas a alguns dos faróis, ao longo da costa Portuguesa, de forma gratuita e unicamente às quartas feiras à tarde.

Assim, aproveitando a tarde de ontem, acompanhada da minha mãe, num dia cheio de sol e de vento, fomos visitar o farol de S. Vicente, perto de Sagres, que dizem ter o maior sistema óptico de todos os faróis Portugueses e um dos dez maiores do mundo.





Localizado na ponta de um promontório batizado com o nome do mesmo santo, está situado à altitude de 86 metros e tem uma vista fantástica sobre Sagres e a costa vicentina, no vulgar cliché: onde a terra acaba e o mar começa.






Este farol recebeu em 1908 um dos poucos aparelhos lenticulares de fresnel hiper radiantes usados em Portugal. Foi eletrificado em 1948 e automatizado em 1982. A altura da estrutura é de 28 metros e a sua luz tem um alcance de 45 km.





Reza a lenda que, naquele local, ali estavam guardadas as relíquias do mártir S. Vicente do século IV, martirizado e executado, uma vez que se recusou a renegar a fé cristã em Saragoça (Espanha). Ao conquistar Lisboa, D. Afonso Henriques dedicou-lhe uma igreja e depois de aí ter encontrado os seus ossos, transladou-os por mar com dois corvos a acompanhar a embarcação, razão pela qual atualmente é o símbolo da cidade de Lisboa e não o Santo António (como vulgarmente se pensa).

No início do século XVI, existem indícios de monges franciscanos ali ter edificado um convento e acendido um farol à base de lenha para precaver os marinheiros dos perigos mas que, também, atrairam os piratas. Em 1587, Francis Drake atacou o convento o que provocou o apagão do farol até 1606, altura em que o rei D. Filipe II o mandou construir e reforçar.

A atual estrutura é do século XIX e foi mandado construir pela rainha D. Maria II. Em 1846, foi inaugurado como "Farol D. Fernando". Após anos de abandono, foi só em 1897 iniciada as obras de requalificação.
Depois de termos visto o potente aparelho óptico numa grandiosa estrutura constituída por várias e enormes lamelas de cristal (parece um gigantesco candeeiro, que não se deve tocar e protegido por enormes cortinas durante o dia para evitar o sol), as duas lâmpadas no interior do cristal com potência de 1000 W (só uma, a outra é de substituição) e a restante estrutura envolvente do farol...


Pormenor da parte inferior do acesso à estrutura de
cristal


Pormenor da estrutura em cristal

Lâmpada no interior do cristal


Lâmpada de substituição (entre duas lamelas)


...fomos visitar o Museu do Farol, anexo do mesmo e que conta toda a história deste farol, várias cartas marítimas (lindissimas, tive pena de não poder tirar fotos) e várias réplicas em miniatura de alguns faróis. O bilhete custa 1,5€.

Estátua do infante D. Henrique (na entrada do
museu)

Com um cheirinho a urze no ar, abandonamos o local e fomos então para Sagres, onde não ficamos tempo nenhum devido ao vento forte que se fazia sentir.

Acabamos o final da tarde, a saborear um delicioso gelado no Carvoeiro (por falar nisso, mais um post a agendar).


1 comentário:

  1. É lindo mesmo e muito interessante...Estivemos lá, eu meu marido e filha nos anos de casados (07/03/2013), na Pousada D. Infante, e aproveitamos pra conhecer um pouco de Sagres. Mas o mais incrível foi este farol. (Elaine)

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