terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Tenerife 2: no noroeste da ilha

No noroeste (a ilha Gomera ao fundo)

De carro alugado, durante cinco dias, fomos percorrer a ilha. Começamos pela zona noroeste de Tenerife.  A partir da Playa de Los Cristianos, onde estavamos hospedados, fomos até Acantilado de Los Gigantes, Santiago Del Teide, Masca, Garachico e Icod de Los Vinos.

Acantilado de Los Gigantes é uma das paisagens mais impressionantes da ilha, com as suas paredes verticais e abismais que podem alcançar os 800 metros a pique até ao mar, sendo considerados uns dos mais altos da Europa.


Pormenor de Los Gigantes (visto do mar)

Apesar de tal imponência não se ver bem em terra convém vê-la do mar, através de um passeio de barco (que foi o que fizemos no último dia), onde se pode apreciar a grandiosidade destas paredes rochosas, cujo nome já o define. Devido às profundezas desta costa nesta parte da ilha, este local é muito apreciado para os amantes da pesca e mergulho.


Los Gigantes (visto do mar)


E naquele primeiro dia de viagem vimos que Tenerife é claramente demarcada em dois tipos de paisagem: o sul, muito seco, árido e desprovido de vegetação, enquanto que o norte é chuvoso e por isso dotado de imensa vegetação (foi fácil distinguir um sem número de vales cobertos de plantações de bananeiras, protegidos por barreiras cinzentas de pedra).

Depois de termos passado por Santiago Del Teide, onde existem várias áreas agrícolas de tomate, batata, vinha, legumes e cereais (além da bananeira), fomos até Masca, uma pequena aldeia com pouco mais de uma centena de habitantes e situado no Parque Rural do Teno, local propício para bons passeios a pé e observação da fauna e flora local.

Antigamente, era uma zona de refúgio de piratas uma vez que o acesso mais fácil era feito por mar. Os acessos por estrada eram (e continuam a ser) difíceis, tendo uma grande parte do percurso sido feito apenas por uma estrada de uma só fila e estreita (haviam umas pequenas bermas para encostar, caso houvessem outros carros em sentido contrário), com inclinação bastante acentuada e raras vezes protegidas com pequenas barreiras brancas.




Actualmente, é um dos locais mais visitados da ilha, e uma verdadeira aventura descer até à praia, num autêntico labirinto rochoso e natural, apesar do incêndio ocorrido no Verão, em 2007, nesse local.


Pomenores da região de Masca


Garachico, fundada em 1496, era o porto mais importante de Tenerife e até de todas as ilhas das Canárias, de onde partia uma infindável mercadorias para o Novo Mundo e de pessoas que partiam em busca de uma nova vida e das que voltavam à procura das suas raízes. Mas em 1706, o vulcão Teide entrou em erupção e arrasou toda o local, inclusivé o seu porto.





Devido ao mau tempo no mar, as piscinas naturais estavam fechadas assim como a ida impossibilitada à praia mais próxima (se aquilo se poderia chamar de praia, uma vez que estava cheia de calhaus).




Aproveitamos para ver o bonito Castillo de San Miguel, uma fortaleza construída em 1575 para a defesa da povoação dos ataques dos piratas e situado mesmo junto às piscinas naturais, antes de seguirmos viagem até Icod de Los Vinos.



Pormenores do Castillo de San Miguel (piscinas naturais nesta
 última)



Icod de los Vinos localizado numa encosta está cercado por vales fertéis de densas florestas de pinheiro e plantações de bananeiras, pomares e vinhas, tendo recebido este nome no século XVI, devido ao florescimento destas últimas.  Com uma bonita vista sobre o Teide, além da agricultura, o turismo tem proliferado e desenvolvido a cidade, nas últimas décadas. E Icod é constituído por casas senhoriais, palácios antigos, jardins, conventos e igrejas como a bonita igreja de S. Marcos localizada perto do símbolo da cidade.




O símbolo (e o cartão postal da ilha, além do Teide) que a identifica é sem dúvida o dragoeiro (Dracaena draco), uma árvore de tronco grosso e com elevada longevidade (esta deverá ter centenas de anos ou até mesmo milénios), fonte de resina que condensa e adquire a cor de sangue, líquido considerado esse com propriedades curativas (e até divinais para os Guanches). Este exemplar, dos poucos que existem no mundo inteiro, apesar de parecer muito pequeno na foto, tem 22 metros de altura e 70 toneladas de peso.





E antes de começar a anoitecer (isto de viajar na Europa, no Inverno, tem as suas desvantagens: o dia é muito curto) e depois da chuva miúdinha (tal como o dia anterior aquando da nossa chegada) fomos para o sul que, através das suas boas auto estradas do norte e do sul, nos permitiu em hora e meia estar no hotel.


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