terça-feira, 2 de agosto de 2011

Museu de Portimão

Num Domingo, do mês de Julho, fomos passar a tarde no museu de Portimão. Situado junto à zona ribeirinha, o museu ocupa a antiga fábrica de conservas Feu Hermanos, edificio do século XIX restaurado e adaptado, tendo aberto as suas portas como museu em Maio de 2008. Em 2010, foi-lhe atribuido o prémio Museu Conselho da Europa e este ano o prémio Dasa Mundo do Trabalho.



A principal (e de longa duração) exposição: "Portimão, Território E Identidade" ocupa as naves da antiga fábrica, numa área de 1000 metros quadrados e nela estão representados os percursos das comunidades locais, desde a pré-história até aos dias de hoje. Podem-se, aqui, ver vestígios: da vida e rituais de morte  das primeiras comunidades de Alcalar, uma aldeia pré-histórica de há 5000 anos atrás, situada entre os areais de Alvor e a Serra de Monchique; da presença Romana; da presença Islâmica; de objectos emergentes do Rio Arade; do abate da madeira e transportada em carros (designada também por zorras) da Serra de Monchique para os estaleiros de Portimão, utilizada na construção de embarcações.

Carros de transporte

Maquete de embarcações

A parte mais engraçada é, sem dúvida, a relacionada com o mar e a vida industrial de uma conserveira, a actividade económica mais importante para a cidade de Portimão, antes do aparecimento do turismo.
O ponto inicial era a lota, onde era distribuído e vendido o peixe que servia depois para a transformação, na fábrica.
Os apitos a vapor e as sirenes das fábricas convocavam, obrigatoriamente, a qualquer hora do dia ou da noite os operários para o trabalho (as habitações, creches e infantários estavam situadas junto à fábrica)!

Na picagem do cartão à entrada

A sala do descabeço era o local onde se processava a primeira transformação do peixe. O espaço fabril dividia-se em duas partes: o "vazio" onde se fabricavam as latas e caixotes a partir das folhas de flandres e o "cheio" onde se trabalhava o peixe, enchia e cravação das latas. E por último, viu-se os rústicos meios de publicidade, através de anúncios escritos e/ou sonoros na telefonia (a actual rádio).


No fabrico das latas

Sala de preparação

Enlatamento das conservas

Túnel de enlatamento de gordura (óleo ou azeite)

Observamos também o percurso biográfico do viajante, político, escritor e Presidente da República (1923-1925) do Portimonense Manuel Teixeira Gomes.
E  estivemos a descobrir a fauna e a flora subaquática do rio Arade e da orla costeira na antiga e ampla cisterna subterrânea que alimentava os tanques de salmoura e as caldeiras da fábrica (pela recolha das águas das chuvas).


Cisterna

Vimos também a exposição provisória, bem original, de arte submersa com esculturas de Sylvain Bongard e por último uma sala de projecção que exibe um filme do processo de produção das conservas da sardinha filmado em 1946. Este tinha como objectivo, promover a indústria conserveira nacional e reforçar o consumo interno (o final da II Guerra Mundial dificultava muito as exportações).


Esculturas de Sylvain Bongard



Horário
De 15 de Julho a 31 de Agosto: às terças das 19.30-23.00H, de quarta a domingo das 15.00-23.00H.
De 1 de Setembro a 14 de Julho: às terças das 14.30-18.00H, de quarta a domingo das 10.00-18.00H. Com entrada gratuita aos Domingos (agora, das 15.00 às 19.00H e no horário de Inverno das 10.00 às 14.00H).

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